Eu estava ouvindo uma música...

“Eu estava ouvindo uma música que provavelmente foi a melhor que já ouvi na vida, fechei os olhos e só senti coisas boas, coisas nas quais nunca aconteceram comigo. Não contive minha indignação quando a música acabou. Você acredita que ela tem exatos um minuto e sete segundos? Isso não é justo, é uma música tão atraente, foi o que pensei. Só então percebi que os momentos felizes são assim, rápidos e marcantes. Talvez essa seja a definição de felicidade: passageira. Utópica. A felicidade não é plena, capitão, mas a vida pode ser. É exatamente por esse motivo que existem pessoas que sorriem o dia inteiro. Elas não são felizes o tempo todo, ninguém conhece o coração delas ou sabe o que se passa em suas vidas, mas elas preenchem o espaço vazio, não com queixas ou lamentações, e sim com sorrisos. Pois mesmo inconscientemente, elas sabem que o sentido da vida é ainda maior. Quem dera todos nós fossemos assim. Alguns julgam falsidade, eu interpreto como sinceridade. A plenitude que há por trás de um sorriso é invisível aos nossos olhos. E é muito difícil de se notar isso, mas a sinceridade está no coração. A felicidade não se delimita a coisas ou a pessoas, ela está na vida, mesmo que só se faça presente poucas vezes, ela sempre está conosco. Nós só a notamos quando estamos distraídos, pois a mesma não gosta de holofotes. Talvez por esse motivo a felicidade esteja nos pequenos detalhes, nos momentos em que ninguém está olhando. Um toque, um carinho, um abraço, uma palavra amiga, são as mais sinceras manifestações de amor. Mas ninguém nota, cada um está clamando por algo ainda maior, que parece nunca vir. Agora eu entendo, capitão. A música não precisa ser eterna pra me fazer bem, ela só precisa existir. Não muito diferente, a felicidade existe. Com tudo isso, eu percebi que é totalmente verdadeira essa história de que o melhor momento pra ser feliz é agora. Ao invés de reclamar, decidi dar ‘replay’ e aproveitar o tempo com minha música favorita, a partir de agora.”